Força Feminina Colorada

A Força Feminina Colorada, torcida exclusivamente feminina, foi criada há oito anos com o objetivo de apoiar o time e acompanhá - lo.
Desde então, fazemos a festa na arquibancada!
FFC, Representatividade, Empoderamento e Paz no Futebol!

terça-feira, 14 de julho de 2015

FFC marca presença no Arquibancada Colorada

Boa noite, colorados e visitantes!
Ansiosos pela partida de amanhã? Apesar dos nervos à flor da pele, estamos confiantes no nosso grupo e esperamos sair do Beira Rio com um resultado positivo amanhã! Enquanto isso, que tal conferir a entrevista que a nossa Vice-Presidenta, Ana Carolina Demoliner, e uma de nossas integrantes, Francine Malessa, concederam para o programa Arquibancada Colorada, da webTV do Jornal NH?
As gurias falaram sobre a expectativa da partida de amanhã, sobre a torcida, a presença das mulheres nos estádios e um pouco mais. Confere aí:


quarta-feira, 1 de julho de 2015

Mais uma vez, FFC vira pauta




A estudante de Jornalismo da Unisinos, Laura Pavessi, produziu uma matéria sobre a presença feminina nas torcidas de futebol e é claro que a FFC não poderia ficar de fora da pauta. Confere o texto:




Uma paixão capaz de transcender preconceitos








Essa é a vez delas: mulheres conquistam respeito e espaço nas arquibancadas Brasil afora

Está cada vez mais no passado a ideia de que futebol é coisa de homem ou que mulher não deve ir aos estádios torcer por um time. Inúmeras são aquelas que podem comprovar isso, e até mesmo uma olhada no número de mulheres que tomam espaço nas arquibancadas já indica: o amor aos clubes não é exclusividade masculina. 


No público feminino há um grande potencial a ser explorado por esses clubes. Em 2012, a Pluri Assessoria realizou uma pesquisa com 10.545 pessoas em 144 cidades de 23 estados do país. Os dados indicaram que, dentre 98 milhões de brasileiras, 68,9% torciam para algum time de futebol, o que totaliza 67,6 milhões de torcedoras. Nos dois maiores times do Rio Grande do Sul, o percentual de mulheres dentre todos os torcedores ficou em 45,9% no Grêmio e 44,2% no Internacional.


Como em muitos casos, para Lara Sosa, estudante de Relações Internacionais de 19 anos, a paixão pelo esporte foi herança da família e motivo de superação. Natural de Montevideo, no Uruguai, mas residente em Caxias do Sul, por medo de sofrer preconceito, não manifestava o interesse na frente das amigas. "As meninas que eram minhas colegas não gostavam de futebol e eu, sim, mas para não me sentir isolada fingia não gostar também", conta. Até que percebeu que devia fazer o que ama. Lara passou a jogar futsal na escola e até hoje acompanha de perto as partidas. "Todas as medalhas que eu ganhei estão penduradas na casa do meu avô, até hoje todos me apoiam e incentivam. Minha paixão por esse esporte é única".


A presença das mulheres em torcidas organizadas também vem aumentando. É o caso de Francine Malessa, 24 anos. Ela faz parte da Força Feminina Colorada, torcida exclusivamente feminina do clube gaúcho. Para ela, o futebol também sempre foi parte de sua vida, presente desde as brincadeiras de criança. Embora não compartilhe o forte sentimento pelo futebol com a maioria de suas amigas, ela conta que conversa sobre o esporte com muitas mulheres. "Na final do gauchão, uma amiga gremista conseguiu um ingresso pra torcida mista e me chamou pra irmos juntas. Foi uma ótima experiência podermos compartilhar das nossas paixões juntas. E ela ainda deu sorte pra mim", recorda.


O site oficial do Internacional aponta que, em 2013, em um universo de 104 mil sócios do clube, mais de 23 mil eram mulheres. Francine é uma delas. "Ano passado, depois do retorno do brasileirão após a Copa do Mundo, eu ia praticamente em todos os jogos nos finais de semana. São duas horas e meia de ida e duas horas e meia de volta (2 ônibus e mais o trem). Esse ano já foi um pouco mais complicado, reduzi minhas idas por causa do fim do curso e também por outras questões pessoais. Mas quando dá, estou lá na arquibancada", garante ela, agora próxima de concluir a graduação em Jornalismo.


Então o que falta para elas invadirem em peso os estádios? Na maioria dos casos, estrutura. Com a reforma do Beira-Rio e a inauguração da Arena do Grêmio, estes dois estádios não se encaixam nessa regra: torcedoras dizem ambos não pecam em atendê-las nesse quesito. Mas país afora, mulheres reclamam da falta de estrutura para as acompanharem as partidas. Uma das denúncias é a de que policiais femininas nem sempre são disponibilizadas para as revistas à torcida. E em alguns locais, nem mesmo porta há no banheiro feminino.




Machismo que ainda está presente

Embora nunca tenha sofrido preconceito por gostar de futebol, para Francine ainda é grande a intolerância de homens nos estádios para com as torcedoras mulheres, que vão ganhando seu espaço. "No estádio sofremos preconceito e falta de respeito. No jogo contra o Atlético Mineiro, no ano passado, o estádio estava lotado e fomos cedo para guardar o nosso lugar. Um homem perguntou pra mim o que eram as faixas (que limitam o nosso espaço). Eu expliquei e ele respondeu “Só o Inter que tem isso” e eu retruquei “Que bom que o Inter tem isso e reconhece o espaço da mulher no estádio". Outra coisa que é bem complicada é que tem gente que vê que temos as faixas pra limitar o espaço, vêem que estamos com as camisas da torcida, com bandeirola e tudo mais e chegam e sentam no meio da gente. São situações que nos agridem, porque percebemos o quanto ainda não existe reconhecimento por parte de alguns torcedores homens", diz. Ela ainda afirma que, em contrapartida a isso, a presença feminina é cada vez mais reconhecida pelos clubes e pelos críticos, uma vez que reflete até mesmo em redução da violência nas arquibancadas. E ainda assim, comemora o fato de que os que não reconhecem o direito da mulher como torcedora já são minoria nos estádios.




Torcedoras unidas 

Em 2010, Monique Torquetti criou um blog chamado "Mulheres em Torcida Organizada". Hoje, o blog que a estudante de Jornalismo administra é o Fala Torcedora!, um espaço para divulgar o quão apaixonadas por seus clubes podem ser as mulheres, bem como divulgar o trabalho feito por comandos e núcleos femininos nas torcidas organizadas ao redor do país.


"O blog tem como objetivo também demonstrar e retirar a fama de que todas as mulheres que frequentam estádios estão atrás de homens, ou vão por algum interesse, hoje, eu posso garantir que não são todas que vão por estes motivos, que a maioria vai pelo amor ao time e simplesmente isso, que é o que realmente interessa", lembra Monique na página. 






Lembrança especial 



Viver a paixão por um time intensamente, indo assistir partidas nos estádios, se envolvendo com as torcidas - rende sempre divertidas histórias. Entre outros episódios igualmente marcantes, Francine conta que, no ano passado, no dia dos pais, assistiu ao seu primeiro grenal. "Almocei com meu pai em Guaíba e depois peguei o Catamarã para ir ao jogo. Quando eu estava no meio do Rio Guaíba, começou a cair chuva e raio. Até pegar o ônibus pro estádio, tomei um banhão de chuva, fiquei com os tênis molhados, calça, casaco... Nesse dia também levei uma coluna que eu tinha escrito pro jornal que eu trabalhava na época, de despedida pro Fernandão. Consegui manter ela seca. Antes da partida fui lá prender ela no memorial. Com a minha bandeira em mãos, ganhei o meu primeiro grenal em casa", compartilha.